História do FURA FILA - Marcopolo VLP200

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O Marcopolo VLP200, foi um ônibus biarticulado elétrico guiado, construído para São Paulo ao final na década de 90, com chassi Volvo B10M, e motores e sistemas elétricos de empresas brasileiras, como Powertronics, também foi único ônibus biarticulado elétrico do Brasil
Tudo isso se idealizou como projeto eleitoreiro na cidade de São Paulo, em meados da década de 90, o então candidato Celso Pitta, com apoio do prefeito em exercício da época, Paulo Maluf, a partir de 1995 criaria o projeto VLP, como promessa de campanha amplamente divulgada.
O nome técnico inicial era Veículo Leve sobre Pneus, nome pouco atrativo segundo o marketing de campanha, que o batizou de fura fila.
Em 1997, o prefeito eleito finalmente dava início ao projeto, desenvolvido pela SPTRANS, que diga-se de passagem acabara de ser criada, em substituição à antiga e conhecida CMTC.
Para criação do veículo propriamente dito, estava a Marcopolo, a TuttoTransporti, empresa instalada ao lado da fábrica da Marcopolo em Caxias do Sul, a Volvo que forneceria o moderno chassis biarticulado B10-M de 25metros, e a powertronics, empresa subsidiária da Avibrás, para fornecimento dos equipamentos eletrônicos.
Em 1998 iniciou-se a construção dos corredores e pontes da primeira linha, já o protótipo do veículo, seria rapidamente apresentado pela Marcopolo, na ExpoBus daquele ano.
Totalmente elétrico, o biarticulado possuía três motores de tração, um em cada seguimento, porém, era um ônibus para corredor exclusivo, que estava longe de ficar pronto, portanto, foi construída uma pista exclusiva de testes no Autódromo de Interlagos, com extensão de 1500 metros em sentido único com retorno em ambas extremidades, canaletas laterais similares ao sistema da Alemanha e rede elétrica aérea flexível.
Essa ideia do VLP, foi inspirada nos sistemas já existentes na Alemanha e Austrália, veículos preparados para circular em pistas com guias laterais especialmente construídas, combinando elementos de vias rodoviárias e sistemas ferroviários, com objetivo de evitar crescentes congestionamentos de tráfego.
Nas pistas exclusivas para o VLP, haveriam guias que conduziriam os veículos sem a necessidade do motorista se preocupar com o volante, dentre as vantagens, segundo o projeto, estava o menor uso do espaço urbano, já que o ônibus guiado precisava de uma pequena faixa de trilho de concreto com as guias laterais, maior capacidade de vencer subidas, maior conforto com relação a metros, graças aos pneus, maior capacidade de transporte que ônibus comuns, pois permite veículos maiores, mais velocidade, e maior segurança, além de redução na poluição sonora e do ar.
Enquanto era construída a Linha 1 que ligaria os bairros do Sacomã e Parque Dom Pedro II, que deveria ser a primeira de outras inúmeras linhas espalhadas por toda a cidade, nos dois primeiros anos, o VLP, teve sua circulação limitada a testes.
Em fevereiro de 2000, cerca de 800 metros de rede elétrica foi removida provisoriamente na pista de testes em Interlagos, incluindo os postes, devido à realização do Grande prêmio de Fórmula 1, a reinstalação prevista jamais ocorreria. Além do autódromo, no final dos anos 2000, o Fura Fila operou por cerca de 4 meses em um pequeno trecho da linha 1, 2,8 km inaugurado às pressas, após vários adiamentos, coincidindo com período eleitoral para o próximo pleito, além do protótipo operavam dois trólebus articulados, trecho, porém, que além de pequeno, não fazia nenhuma ligação relevante para o transporte público. Entre o final de 2000 e o início de 2001 teve suas lentas obras e a operação experimental suspensas por falta de verbas e vontade política.
No próximo preito eleitoral, entrava marta suplici, o projeto inacabado foi modificado e rebatizado de paulistão, más nele o VLP marcopolo já não estava incluso, sequer os sistemas elétricos, toda a rede aérea da pista definitiva, cerca de 8 km de fios para ônibus elétricos foi removida, e passariam a ser utilizados veículos híbridos, entretanto, o projeto também não seria concluído e haveria novas paralizações das obras.
O VLP200, sem utilidade, foi devolvido e abandonado em um pátio por vários anos para virar apenas uma sucata.
Enquanto isso em vários outros países os sistemas evoluíam, passaram a utilizar guias centrais, e mais recentemente guias laterais dotadas de leitores ópticos de sinalização de solo, dispensado os sistemas de guia mecânicos.
As obras do projeto em SP voltaram a ser retomadas em 2005, com muitas modificações e pequenos trechos entregues, mais de 20 anos depois estima-se que 1,2 bilhões de reais foram gastos, e o projeto seguiu subutilizado, incompleto e isolado de outros meios de transporte da cidade.
Recentemente, a Marcopolo apresentou seu mais moderno elétrico articulado, em parceria com a BYD, já o paradeiro ou destino do VLP200 atualmente é desconhecido.

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