Derrame no olho? Oclusão venosa da retina - sintomas e tratamento

Será que existe trombose no olho (derrame no olho)? - Oclusões venosas. Aqui quem fala é o doutor Mário Bulla médico oftalmologista especialista em retina, hoje vamos falar sobre as oclusões venosas da retina. O olho possui uma circulação semelhante a outros órgãos, o sangue chega pelas artérias, os capilares distribuem o oxigênio nos tecidos e as veias levam o sangue embora. Quando existe uma oclusão de veia da retina é muito comum o paciente apresentar uma perda bastante rápida da visão, muitas vezes vai dormir normal e acorda já enxergando pouco. A perda da visão nas oclusões venosas podem ir desde quadros assintomáticos quando existe uma veia muito pequena que está entupida até quadros catastróficos onde existe um perda praticamente total da visão. O paciente com oclusão venosa geralmente sente um embaçamento, escurecimento, perda de uma parte da visão ou até um escurecimento de toda a visão. As oclusões venosas são mais comuns em pacientes idosos, acima dos 60 anos, mas podem ocorrer também em pacientes mais jovens. Está associada a alguns fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, glaucoma, tabagismo, obesidade e fatores genéticos principalmente em pacientes mais jovens como o fator V de Leiden. A oclusão venosa é diagnosticada geralmente em uma consulta ofalmolótica pois são detectadas hemorragias na retina, existem hemorragias em toda a área afetada. Provavelmente o médico vai pedir alguns exames como a angiografia fluoresceínica que seve para avaliar a circulação retiniana e também o OCT (tomografia de coerência óptica), um exame de alta resolução muito importante para detectar o edema macular. A grande variabilidade dos sintomas ocorre principalmente por dois motivos: a área afetada que pode ir desde pequenas vênulas, ramo venoso até a oclusão da veia central da retina, quando toda a circulação da retina é comprometida. Também a intensidade da oclusão é variável, podendo ser uma oclusão isquêmica onde existe uma parada quase total da circulação do sangue, faltando oxigênio para a retina ou uma oclusão não isquêmica, quando o sangue ainda consegue passar, mesmo com dificuldade, pelos vasos. A falta de oxigênio na oclusão isquêmica leva tanto à morte celular quanto à liberação de fatores de crescimento como o VEGF que levam a proliferação dos neovasos e suas complicações como a hemorragia vítrea, descolamento de glaucoma e o glaucoma neovascular, que é um glaucoma de dificil controle, nestes casos o paciente pode necessitar cirurgia. Nos quadros de oclusão isquêmica muitas vezes existe indicação também de fotocoagulação a laser. Nos pacientes sem isquemia, a principal causa de perda visual é o edema macular que é um inchaço na mácula, a área central da retina, responsável pela visão nítida, nestes casos existe indicação de injeções intravítreas de antiangiogênico, que são medicações específicas que se ligam na circulação da retina reduzindo a permeabilidade vascular e melhorando o edema de mácula, permitindo uma melhora de acuidade visual. Para os pacientes que não respondem bem às injeções intravítreas de antiangiogênico é possível tentar uma injeção intravítrea de corticóide que também pode ajudar a reverter o edema de mácula, atualmente existe a medicação Ozurdex que é um implante de liberação lenta de dexametasona, que libera corticóide durante quatro meses dentro do olho, permitindo a melhora do edema macular. Se você teve uma perda rápida da visão é importante buscar atendimento oftalmológico para iniciar o tratamento o quanto antes, pois se iniciado precocemente existe maior chance de recuperação da visão. Agradeço a todos que assistiram, deixe suas dúvidas nos comentários e assine o canal.

Este vídeo não substitui a consulta com o médico especialista - oftalmologsita. Tratamento do derrame no olho.

Autor:
Dr. Mário César Bulla
Cremers 28120
Médico oftalmologista - especialista em retina.

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