Emanuela Siqueira e a tradução de poemas de Elise Cowen

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Conversamos com Emanuela Siqueira a respeito da tese de doutorado "Traduzir como forma de ensaiar desaparecimentos: poemas e fragmentos de Elise Cowen". A tese foi defendida na Universidade Federal do Paraná, em 2024, sob orientação de Rodrigo Tadeu Gonçalves.
Elise Cowen foi uma poeta estadunidense pertencente à geração beatnik. Ela não deixou livros publicados, mas um caderno com poemas e fragmentos. A tese de Emanuela lida com essa condição instável dos textos de Elise, traduzindo uma parte deles e investigando-os à luz dos Estudos Feministas da Tradução, da tradução coletiva e fazendo também uma triangulação com outras poetas, como Emily Dickinson e Ana Cristina Cesar.
Emanuela Siqueira é tradutora. Mestre e doutora em Estudos Literários pela UFPR. Faz a curadoria e mediação do Leia Mulheres Curitiba desde 2015 e é professora de cursos livres.
Na conversa, Emanuela refletiu inicialmente sobre como a tradução entrou em sua vida e, principalmente, como chegou até à poesia de Elise Cowen. Ela destacou o aspecto prazeroso da experiência tradutória e falou da necessidade de pensarmos a tradução como um direito, e não como um luxo. A seguir, apresentou a poeta Elise Cowen através de aspectos biográficos que contextualizam a relação de Cowen com a poesia Beat. Emanuela foi perguntada sobre algumas propostas tradutórias presentes no seu estudo, como a tradução coletiva, a aposta na vulnerabilidade e no erro, a ênfase mais no processo que no resultado final da tradução etc. Ela também discutiu a condição "em eco" das suas traduções, pois ressoam tanto poemas de Emily Dickinson quanto concepções tradutórias de Ana Cristina Cesar. Com relação à poeta e tradutora brasileira, Emanuela ressaltou um aspecto central para as traduções feministas, presente na escrita ativa de notas, prefácios. Foi nesse sentido que Emanuela pensou a linguagem da tese (uma espécie de "outro livro") como um ensaio, permitindo-se questionar também a estrutura convencional de uma tese acadêmica. A resposta foi articulada a partir da condição de escrita (prática e ideológica) de uma investigação acadêmica, vindo daí a ênfase no ensaio e na presença intensa de notas. A tradutora também discutiu a noção de "desaparecimento" e de "visagem" como lugares tradutórios, processos pensados na investigação sobre Elise Cowen. Ao fim, Emanuela Siqueira comentou alguns pontos relacionados à tradução coletiva, como a condição política dessa proposta. Foi uma conversa excelente!

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