Dom Manuel I de Portugal - Biografia

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Manuel tinha rosto redondo e braços desproporcionalmente longos. O primo e cunhado, João, o inteirava e o fizera participar de debates acerca dos Descobrimentos. Não lhe eram estranhas as ambições do parente monarca, por mais que ao mundo parecessem exageradas. A consciência da grandeza da missão, fechamento do maior feito histórico de todos os tempos, inigualável para frente ou para trás no curso dos acontecimentos, o descobrir a ligação entre os oceanos e o consequente apresentar o mundo ao mundo, tudo isso era de sua ciência, restava dar continuidade à obra e mostrar a todos, da China à Inglaterra, a forma das terras e dos homens que nelas viviam, solucionar os mistérios que assombraram todas as gerações desde o primeiro homem. Depois do feito de Bartolomeu Dias, todas as civilizações passam a ser partes de uma só, com matriz em Portugal, tributária de João II, herdada por Manuel I e seus sucessores.

Damião de Góis, que escreveu “Crônica do Felicíssimo Rei Dom Manuel”, exalta no personagem a sorte, pois oito herdeiros do Trono que lhe precediam tiveram de morrer cedo para a que a Coroa lhe enfeitasse a cabeça. Também teve a sorte de Vasco da Gama ter chegado à Índia e Pedro Álvares Cabral topado com o Brasil, algo menos importante do que as viagens de Américo Vespúcio ao mesmo litoral, mas o próprio fato de Américo, único homem a nominar um continente, navegar a suas ordens foi uma bênção.

Quase cinco séculos depois, Romero de Magalhães põe a Providência de lado para focar no homem: “prudente, manhoso, simpático”. Não há jeito: Manuel será lembrado para sempre por suas circunstâncias, de todo excepcionais, enquanto se credita ao primo, João II, e ao tio-avô, o Infante Dom Henrique, o gênio e as obras que tornaram possível tanta fortuna. O próprio Manuel não brigou com as associações óbvias. Pelo contrário: as reforçou. Reconheceu sabedoria nos antecessores e, sim, Deus o escolhera para ser o “Rei dos Reis”, título óbvio ao efetivo senhor dos mares e costas de quatro continentes.

Carola, messiânico e milenarista com base em si mesmo, tendo adotado a Esfera Armilar como símbolo de seu poder sobre a Criação Divina, cometeu um pecado contra o próprio filho herdeiro. Não um pecado canônico, mas uma sordidez. Morta a rainha Maria, em 1517, no ano seguinte Manuel se casa com a sobrinha de Maria, Leonor de Áustria. Manuel tinha então 49 anos; Leonor, apenas 20. Por isso, nada demais. O problema é que Leonor fora prometida ao então futuro João III. O infante, nessa altura aos 16 anos, apaixonara-se pela prima e vê-la tomada como esposa pelo próprio pai decerto bem não fez à alma de quem logo teria a responsabilidade de governar o primeiro império global. Morto Manuel em 1521, vítima de uma febre repentina, o romance entre a rainha viúva e o enteado conheceria novo e escandaloso capítulo.

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