Como podemos nos educar para lidar com transtornos mentais? | Mini Saia

Chegamos ao Setembro Amarelo, o mês que nos lembra de que os cuidados com a saúde mental são um trabalho delicado e constante, que precisa envolver toda a sociedade. Dia 10 é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. E nós, brasileiras e brasileiros, precisamos estar atentos: nosso país vem liderando, desde antes da pandemia, rankings globais de depressão e ansiedade. Saúde mental, a gente sabe, envolve inúmeros fatores, inclusive sociais e econômicos, e quando uma pessoa sofre, todo o seu entorno afetivo sofre também. Não é fácil. Mas estudos recentes dão esperança a tantas e tantos que convivem com esse desafio. Em uma pesquisa que analisou relatos de milhares de pacientes canadenses, por exemplo, quase 70% dos entrevistados não voltaram a experimentar sintomas após remissão de uma crise. E 10% dos que tinham histórico de doenças mentais haviam conseguido chegar a um estado descrito como de “prosperidade” ou “florescimento”, sugerindo que o sonho da vida após a crise pode estar ao alcance de muitos, com o tratamento correto.

Nosso convidado, Padre Fábio de Melo, vem pra contar uma dessas histórias de volta por cima: a sua própria. Padre Fábio compartilha abertamente suas experiências com a síndrome do pânico e a depressão — hoje, ele acredita estar em um de seus melhores momentos, mas admite que chegou a pensar em tirar a própria vida. "Eu fui para debaixo da cama, literalmente", revelou em entrevista. “A depressão é um sentimento muito cruel porque você deixa de ficar confortável em você. E eu sempre pensei que o mundo que eu quero transformar começa em mim. No momento em que eu não soube consertar em mim, foi muito difícil”, contou.

Quais as dificuldades e possibilidades para encontrar saídas? Como essas soluções se relacionam com fatores como ambiente de trabalho e políticas públicas, de saúde e economia, por exemplo? O que é exercer uma empatia real, para além das caras de piedade? Como podemos nos educar para lidar com transtornos que, muitas vezes, não têm um tratamento fácil nem rápido? Quais as estratégias realistas de dar a volta por cima nas crises, mesmo sabendo que tantas vezes a vigilância deve seguir por toda a vida?

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