Como o próprio nome já diz, se trata de um movimento, se não se chamaria “Período
Armorial” e não “Movimento Armorial”, e para tanto, para ser movimento, é necessário estar
em constante transmutação, em constante caminhada, se adaptando sem perder sua
essência, se expandindo na mentalidade de seus adeptos, criando novas formas de
interlocução, e com felicidade vemos hoje um maior reconhecimento deste movimento, e
uma identificação dos jovens com essa maneira de se sentir pertencente a seu povo, a
intenção de Ariano era justamente essa, a de que essa maneira de se expressar á partir de
uma linguagem popular e agregam-te de assimilações culturais diversas oriundas de nossas
muitas origens fosse cada vez mais se multiplicando, e de que surgissem novos artistas
armoriais, o fato é que embora muitos dos nossos artistas não se auto intitulem como
adeptos do movimento, mesmo assim o são, o são quando fazem alusão a elementos da
cultura popular, quando enaltecem personagens do imaginário coletivo, quando atribuem
valor e até misticismo a iconografias que nos vinculam a nossa cultura matriz. Diante disso, a
pretensão, embora um tanto utópica desta exposição, que encaro como um manifesto, uma
carta aberta ao cenário cultural da nossa região, é incentivar as novas gerações de artistas a
pesquisarem e assimilarem em suas obras e sua poética os conceitos do Movimento
Armorial, que não se deixem levar pela ideia de que é algo do passado, muito pelo contrário,
é algo abrasadoramente presente, desejoso de novos adeptos que o acolham em seus cernes
criativos e possam dar continuidade a este legado, e assim continuara sendo até que o sertão
vire mar, até lá há muita arte a se produzir, e devemos nos resguardar da influência externa
que tem a pretensão de nos globalizar a força, e para tanto se utilizam de todos os meios,
inclusive a arte, com a intenção de suprimir nossa identificação com a região onde
construímos nossas raízes, de forma a facilitar nossa dominação em um futuro próximo, pois
um povo que não tem apreço pela própria história, pela própria identidade, por sua cultura,
não tem ímpeto de se defender, pois não enxerga o valor doque possuí.
Emí Garcia
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