TRANSFORMEI A DOR DA PERDA DA MINHA FILHA EM AMOR AO PRÓXIMO | Histórias de ter.a.pia

A história da Lorena começa com muita dor. Ela perdeu sua filhinha, a Lis, de uma maneira muito trágica, mas ela decidiu em certo momento transformar toda a dor dela em amor ao próximo.

No dia 3 de agosto de 2020, sem ninguém ver, a pequena Lis acorda, sai da cama da mãe e vai para fora de casa e acaba caindo na piscina. Horas depois a Lorena e o marido a encontram, mas já era tarde, ela tinha 90% do cérebro comprometido quando tentaram reanimá-la.

A dor de uma mãe perder o filho é imensurável. A Lorena chegou a negociar com Deus. Em uma de suas orações, ela disse que se ele trouxesse sua filha de volta, ela tiraria toda a água do oceano com um balde. A vontade de ter sua filha em seus braços ultrapassava qualquer senso lógico.

A Lis ficou no hospital ainda por alguns dias porque, apesar de ter morte cerebral, seu coração ainda batia, o que fez a Lorena cogitar a doação de seus órgãos. Que a Lis pudesse dar continuidade à vida de outras crianças, mas isso não foi possível por conta da pressão arterial da garotinha, que não se estabilizou.

Lis partiu. Alguns meses depois, a Lorena decidiu vender todas as roupinhas da filha e doar o dinheiro, era um gesto bacana com as lembranças materiais da filha. Mas doar pra quem? Como? Fazer alguma ação voltada para crianças era impossível, ela não iria aguentar.

Em uma visita ao cemitério, sentada à lápide da filha, ela então tem uma ideia. Todo o dinheiro arrecadado com a venda das coisinhas da Lis seria destinada para aqueles que são invisíveis para a sociedade, pessoas em situação de rua.

Desde então, todo dia 3 de cada mês, a Lorena se reúne com os amigos e familiares, arrecada alimentos, roupas, bebidas, cobertores e o mais importante, tempo e afeto, para entrega às pessoas que, em outro momento da sua vida, também eram invisíveis.

O amor que ela tinha pela Lis não poderia se perder, ela não poderia guardar esse sentimento para todo o sempre. Então, ela decidiu redirecioná-lo para quem precisa, e com certeza Lis está, onde estiver, feliz com a decisão da sua mãe.

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