Conferência de encerramento com Eduardo Viveiros de Castro durante o seminário “Variações do Corpo Selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo", realizado em outubro de 2015 no Sesc Ipiranga.
Eduardo Viveiros de Castro, a partir da exposição, reflete sobre os nexos entre fotografia, antropologia e arte.
Foram dois dias do evento que reuniu antropólogos e pesquisadores de outras áreas, especialmente do campo artístico, com o objetivo de analisar o alcance da obra de Eduardo Viveiros de Castro e sua teoria no pensamento contemporâneo.
O seminário integrou a programação paralela à exposição “Variações do Corpo Selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo. Com curadoria do escritor e crítico literário Eduardo Sterzi e da escritora e crítica de arte Veronica Stigger, a mostra exibiu cerca de 400 registros fotográficos feitos pelo antropólogo e teve ampla programação com apresentações artísticas.
Eduardo Viveiros de Castro
Eduardo Batalha Viveiros de Castro nasceu em 19 de abril de 1951, no Rio de Janeiro. Cursou a graduação em Ciências Sociais pela PUC-RJ e, em 1974, ingressou no Programa de Pós-graduação do Museu Nacional (UFRJ), com um projeto de Mestrado em Antropologia Urbana. No entanto, dois anos depois, uma breve visita a um povo indígena, os Yawalapíti, desviou-o para a etnologia indígena. Terminou seu Mestrado em 1977, sob orientação de Roberto DaMatta e com uma dissertação sobre este povo aruaque do Alto Xingu.
No ano seguinte, tornou-se docente do Museu Nacional, onde é hoje professor titular de Etnologia. Em 1984, obteve seu doutorado na mesma instituição, com uma tese sobre a cosmologia dos Araweté, um povo tupi-guarani do Pará, junto a quem residiu em 1981-82, e com o qual continua, desde então, em contato. A tese, premiada pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), foi publicada no Brasil (1986) e nos Estados Unidos (1992).
Seu trabalho posterior versou sobre temas etnológicos diversos (parentesco, corporalidade, cosmologia, guerra), abordados em uma série de artigos, entre os quais se destacam Alguns aspectos da afinidade no dravidianato amazônico (1993) - que teve grande impacto nos estudos de parentesco dessa região -, e sobretudo Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio (1996), traduzido para diversas línguas e incluído em uma antologia de textos-chave de Antropologia da Religião.
Foi professor associado nas universidades de Chicago (1991) e Manchester (1994). Em meados da década de 1990, criou as bases para a teoria do chamado “perspectivismo ameríndio”, quando, juntamente com a sua então orientanda de doutorado Tânia Stolze Lima, analisava os mitos ameríndios. Em seus estudos, ambos observaram, na maioria dos índios da América, uma perspectiva totalmente diferente do homem ocidental sobre o “humano” – perspectiva esta que interfere radicalmente nas formas de relação com o mundo, com os demais seres vivos e até com as coisas.
Em 1997-1998, Viveiros de Castro ocupou a Cátedra Simón Bolívar de Estudos Latino-americanos da Universidade de Cambridge, quando se tornou também Fellow de King's College. Entre 1999 e 2001, trabalhou como diretor de pesquisa do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, Paris), junto à Equipe de Recherche en Ethnologie Amerindienne, que o elegeu membro permanente. Foi também professor ou pesquisador visitante na Universidade de Paris X (Nanterre), na École Pratique des Hautes Etudes, na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, e na Universidade de São Paulo. Em 1998, recebeu o Prix de la Francophonie da Academia Francesa e, em 2004, o Prêmio Érico Vanucci Mendes do CNPq.
• 01:03 Início da fala de Eduardo Viveiros de Castro
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