Desembargador Federal Antônio Albino Ramos de Oliveira - juiz e desembargador entre 1991 e 2007

Neste depoimento, o Desembargador Federal aposentado Antônio Albino Ramos de Oliveira, nos conta sua rica trajetória, não apenas na Justiça Federal, onde iniciou como juiz em 1991, mas também aspectos de sua vida estudantil e de sua longa carreira na advocacia, que precedeu e sucedeu a magistratura. Ainda estudante de Direito na Universidade Federal do Paraná (entre 1964 e 1968), precisou se refugiar da perseguição sofrida durante a ditadura militar no interior do Estado, em Bela Vista do Paraíso, cidade natal de sua esposa, com a qual, grávida, fugiu da capital. Na cidade realmente se aproximou do Direito. Seu sogro era "rábula", o advogado prático, sem formação acadêmica, mas que tinha uma bela biblioteca, cuja coleção de "Pontes de Miranda" causou-lhe verdadeiro fascínio! Depois de advogar no interior (onde diz, com seu fino humor, que viveu no "inxílio"), atuando em defesa de agricultores e conhecendo a fundo o direito rural, voltou à capital, também na advocacia. Uma curiosidade da época, é que Dr. Antônio Albino foi "síndico da massa falida" da empresa então proprietária do terreno hoje ocupado pela Justiça Federal em Curitiba, na bairro Cabral - a Evena Móveis e Colchões. Em 1991, em ida ao fórum da Justiça Federal ("Edifício Bagé", denominado "Fórum Ministro Milton Luiz Pereira"), viu cartaz para o concurso público à magistratura federal da 4ª Região (o primeiro concurso regional). Prestou o certame e foi aprovado em 1º lugar, assumindo vaga na então 14ª Vara Federal de Porto Alegre/RS. De volta a Curitiba, assumiu a 2ª Vara Federal, enfrentando muitos desafios para colocar o serviço "em dia", pois a unidade ficara muito tempo sem magistrado titular. Recorda-se, no depoimento, dos valorosos juízes substitutos e servidores que o auxiliaram, dentre os quais Marcelo Malucelli (desembargador federal) e Leda de Oliveira Pinho (aposentada), e Mirte Terezinha Malheiros Carneiro Silva e Glauco José Chagas, diretores de secretaria da Vara, dentre outros. Dentre os processos julgados na primeira instância, lembra de causas complexas envolvendo indígenas caingangues de Laranjeiras do Sul, e ocupações na Vila Domitila, área vizinha à Justiça Federal em Curitiba, no bairro Cabral. Ramos de Oliveira também relembra alguns aspectos de sua atuação já como Desembargador Federal no TRF4, entre 2002 e 2007. O juiz nos conta, ainda, sua paixão pela música clássica, sobretudo o violão, e encerra com um conselho aos juízes e servidores ainda em atividade na Instituição. "Estudem, estudem. Para não serem meros repetidores de formulários".