Independentemente da fé que professamos ou se professamos não termos fé, devemos reconhecer o papel preponderante das igrejas católicas na formação da história e identidade do Brasil. No Rio de Janeiro, cidade que amo explorar com minha câmera, contar a história sem mencionar suas numerosas igrejas é impossível. Apesar de não ser católico, sou fascinado em filmar e narrar as histórias dessas construções antigas, pois representam registros autênticos de nosso passado, moldando nossa identidade como povo.
Hoje, quero compartilhar a história de seis igrejas selecionadas com cuidado, todas marcadas por um traço peculiar: foram construídas em locais remotos, afastadas dos centros de seus bairros ou erguidas no topo de montanhas. Essa característica as torna praticamente invisíveis para muitos, apesar de estarem próximas a áreas movimentadas.
A primeira parada é na Igreja de Nossa Senhora da Penna, no bairro da Freguesia. Erguida a 170 metros de altura sobre a Pedra do Galo no século XVII, essa igreja tem uma história extraordinária. Um escravo, desesperado por ter deixado escapar uma vaca, rezou para Nossa Senhora, e a história conta que a santa indicou o local onde o animal estava. Essa intervenção milagrosa levou à construção da igreja e, segundo a tradição, ao primeiro registro de alforria no Brasil-colônia.
Partindo para o bairro do Camorim, conhecemos a Igreja de São Gonçalo do Amarante, construída em 1625. Apesar de sua antiguidade, essa "Igrejinha", como é chamada pelos moradores, ainda é utilizada para funções religiosas. Ela destaca-se como um exemplo notável da arquitetura católica colonial rural, com particularidades interessantes sobre os sepultamentos e ossadas encontradas no entorno.
Avançando para Vargem Pequena, encontramos a Capela de Mont Serrat, iniciada em 1732 pelos monges beneditinos em devoção a Nossa Senhora do Pilar. No entanto, por uma reviravolta histórica, essa capela ficou conhecida como Capela de Mont Serrat devido a um vendaval que destruiu a capela original de Nossa Senhora de Mont Serrat em Vargem Grande.
A história continua na Colônia, no bairro da Colônia Juliano Moreira, onde uma capela foi construída em 1710 em devoção a Nossa Senhora dos Remédios. Essa igreja, inaugurada como Igreja Matriz em 1862, destaca-se pelo estilo neoclássico e pelas últimas obras de restauração em 2008.
A jornada nos leva a Pedra de Guaratiba para a Paróquia São Salvador do Mundo, fundada em 1676 por padres carmelitas. Sua história envolve um longo processo de tombamento e debates sobre as reformas estruturais que afetaram seus elementos artísticos.
Finalmente, exploramos a Ilha do Governador para conhecer a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda, cuja origem remonta a uma ermida construída em 1710. Essa igreja, fechada ao público em 1976, passou por uma série de transformações e restaurações até sua recuperação integral em 1990.
Cada uma dessas igrejas, muitas vezes esquecidas, carrega consigo uma parte única da história do Rio de Janeiro, e é meu prazer revelar suas histórias através das lentes do meu drone. Se alguma delas surpreendeu você, deixe seu comentário abaixo. Afinal, há tanta beleza e significado em nossos lugares escondidos.
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