O MÉDICO E O ARTISTA (Freud x Slavador Dalí)

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O MÉDICO E O ARTISTA
(Por Alves Andrade)
Imagino a cena: Sigmund Freud (1856 – 1939), renomado psicanalista, nos seus últimos instantes de sua encarnação aqui no orbe terrestre, ateu confesso, crítico ferrenho das lides religiosas, estupefato diante de Salvador Dalí, pintor e desenhista espanhol, papa do Surrealismo, com suas roupas narcisistas, histriônicas a mostrar para o médico sua pintura recente: As metamorfoses de Narciso. Mesmo que Freud estivesse maravilhado com o que via, não deixou transparecer esse sentimento. As dores, que o faziam tomar altas doses de morfina, não davam registro de alegria, tristeza ou qualquer manifesto de apreço por coisa alguma. Quando Freud disse que só se interessava pelas pinturas clássicas, Salvador Dalí ficou terrivelmente triste. Entretanto, mais adiante Freud diz a Zweig, amigo em comum, o qual facilitara o encontro, que mesmo achando todos os surrealistas uns idiotas, via que aquele espanhol ingênuo, com sua técnica perfeita, sugeria-lhe uma ideia diferente. Por isso concluí que mesmo não dizendo palavra, silêncio causado pela dor, havia estupefação no semblante do médico psicanalista, Sigmundo Freud. O pai da Psicanálise via na arte uma forma de o artista se desfazer de algo que o incomoda. O artista usa, assim, a arte como forma de disfarçar seus desejos mais constrangedores. A obra de Dalí certamente chamou sua atenção por se aproximar do caos onírico, cujas simbologias haviam sido descritas por Sigmund na Interpretação dos Sonhos, de 1900. Por sua vez, Salvador Dalí nutria pelo médico grande apreço, quase veneração. O encontro acima mencionado era esperado por ele há anos. Principalmente quando em 1922 lera o livro de Freud sobre os sonhos. Nessa época o pintor surrealista passou a realizar sua autoanálise a partir da interpretação de seus sonhos. Aqui faz-se necessário lembrar que Salvador Dalí, aos cinco anos, fora violentamente sacudido pelo pai quando este o levara à sepultura de seus irmão, que havia morrido nove meses antes de seu nascimento. Nessa ocasião, o pai lhe afirmou que ele era a reencarnação do irmão, também chamado Salvador. Com certeza essas ideias devem ter mexido muito com o pequeno Dalí. A ponto de sua personalidade tornar-se única, até certo ponto extravagante, uma forma que ele criou de se desviar daquela ideia de ser o irmão morto. Ele queria ser o irmão vivo.

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