Proteína faz mal para os rins?

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Sebastião tem doença renal e descobriu por meio de exames que seus rins estão funcionando por volta de 25%. Os seus amigos disseram que ele têm de cortar as proteínas da alimentação. E proteínas não são só carnes, são também ovos, leguminosas, leite e derivados.

Lascou! O que vou comer agora?

Ele então resolveu procurar um profissional de saúde! Sebastião quer saber o que a ciência diz a respeito.

A palavra proteína deriva do grego "protos" que significa "primeiro". E isso reflete o status de primeira classe da proteína na nutrição humana.

As proteínas têm função estrutural, ou seja, são como tijolos que vão reparar nossos buracos e construir nossas enzimas, anticorpos, nossa pele e cabelo, nossos ossos e músculos.

Como acontece com a maioria das coisas na vida, equilíbrio é tudo! Pode haver um preço a se pagar com exageros ou restrições. As organizações de saúde por aí afora estabelecem que a quantidade mínima de proteínas que você precisa para atender as suas necessidades básicas nutricionais é de 0,8 g de proteína/Kg/dia. Já a quantidade máxima ainda é controversa e vai depender se você é sedentário ou ativo. Mas para uma pessoa média, consumo máximo de 2,0 g de proteína/Kg/dia parece ser razoável. E consumir além disso não é provável de te ajudar a construir mais músculos. Além de ser muito difícil para qualquer ser humano exagerar nas proteínas pois elas saciam a nossa fome e naturalmente paramos de comer quando alcançamos nosso alvo protéico.

Quando ingerimos proteínas, elas são metabolizadas pelo nosso corpo e, após a devida nutrição, geram resíduos (sendo os mais conhecidos a uréia e a creatinina) que são filtrados pelos rins e eliminados na urina. Então muito se discute sobre o estresse que as proteínas poderiam causar aos rins. Afinal, você poderia raciocinar que quanto menor a quantidade de proteínas ingeridas, menor a quantidade de resíduos gerados e menor o trabalho dos rins para eliminá-los. Ou isso seria uma falácia lógica?

É preciso reconhecer que, ao reduzir as proteínas, a aritmética dietética exige que você coma mais dos outros macronutrientes, como os carboidratos e gorduras, para manter a sua meta diária de calorias estável. E consumir mais carboidratos e gorduras vão te engordar e te trazer os malefícios da obesidade.

Sebastião, existem estudos randomizados com pessoas, iguais a você, com doença renal nas quais foram testadas a restrição protéica, isto é, consumo de proteína menor do que 0,8 g/Kg/dia mas acima de 0,6.

O balanço das evidências sugere sim um benefício. Mas um benefício comprovado pode variar em relevância pois seria simplório afirmar que a restrição protéica é comprovadamente benéfica e que devemos implementá-la. É preciso saber o grau de relevância do benefício para tomar a decisão acertada ponderando os riscos da restrição protéica.

Sendo assim, vamos analisar o NNT desses estudos. NNT?

NNT significa número de pacientes necessário para tratar a fim de salvar 01 paciente de um determinado desfecho por um determinado tempo. Por ex: tratamento é a restrição protéica e o desfecho é morte renal (que pode ser a necessidade de diálise ou a morte propriamente dita). O ideal é um NNT de 1, que significa que todo paciente tratado com restrição protéica é salvo da morte renal.

Mas o balanço das evidências aponta para um NNT por volta de 25. Ou seja, é necessário tratar 25 pacientes com restrição protéica para salvar 01 paciente da morte renal em 01 ano.

Portanto, Sebastião, o NNT nos fornece a noção de que um tratamento implementado não te garante salvação. É impossível prever quem vai se beneficiar. O que fazemos é tratar um grande número de pacientes, na esperança de que alguns se beneficiem. Como você percebe a relevância do benefício, Sebastião? Dra, retardar o início da diálise em pelo menos 01 mês que seja é importante para mim! Eu quero experimentar a restrição protéica! Ok! Mas você terá de fazer acompanhamentos periódicos de modo que você seja cuidadosamente monitorado e não seja uma vítima da desnutrição, ok?

Voltando à pergunta do início do vídeo: proteína não faz mal pros rins e não causa doença renal. Mas restringir proteínas em quem já tem doença renal tem benefício. Mas não significa que restringir proteínas vai prevenir morte renal em todos os pacientes e nem que não restringir proteínas vai provocar morte em todos, ok? O NNT não é igual a 1! Condutas em saúde não fazem milagres e os profissionais devem tomar decisões baseadas em probabilidades.

Radicalizar diz mais sobre a nossa impotência ou frustração e necessidade de impor sobre as outras pessoas para nos sentir poderosos. Sejamos facilitadores para tornar a vida humana melhor. Tamanho único não serve para todos. É preciso individualizar.. e considerar os valores e preferências do paciente.

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